O consumo não se expande e a importação não cessa: essas são as principais causas do excesso de leite no mercado interno brasileiro e a consequente queda no preço praticado pelos laticínios na aquisição dessa matéria-prima junto aos produtores rurais.
Esse cenário foi analisado pelo Conselho Paritário Produtor/Indústrias de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite) que esteve reunido em Florianópolis para definir os valores de referência.
As notícias não são boas para quem produz: os preços de referência ao produtor projetado para o leite entregue em agosto registram 2% de queda, ou seja, 2 centavos a menos por litro em relação ao preço de referência do leite entregue no mês anterior.
O presidente do Conseleite e vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina, professor ADELAR ZIMMER anunciou que o leite entregue em agosto a ser pago em setembro tem as seguintes projeções de valores.
Para o leite acima do padrão 1,19 o litro; leite padrão 1,04 e abaixo do padrão 0,94 centavos59. Os valores se referem ao leite posto na propriedade com Funrural incluso.
A redução do preço do leite em todas as fases da cadeia produtiva nesta época do ano é absolutamente atípica.
"É a primeira vez em dez anos que isso ocorre", espanta-se ZIMMER. O desemprego, a queda geral do poder aquisitivo da população e o excesso de importação - na avaliação do dirigente - são insuficientes para explicar a queda nos preços do leite que ocorrem desde maio.
Queda no consumo, expansão na produção e aumento das importações fazem preço do leite cair no mercado catarinense.
"Pode ser bom, momentaneamente, para o consumidor, mas é péssimo para o produtor rural", analisa o presidente para quem a excessiva e desnecessária importação de leite, especialmente do Uruguai, está tumultuando o mercado doméstico e impactando negativamente a cadeia produtiva.
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