Empresário cedrense suspeito de participação em fraude de licitação é preso pela Polícia. A partir de denúncias anônimas, o Ministério Público iniciou uma investigação e identificou fraude nas licitações para compra de sêmen bovino.

As licitações, ocorridas nos municípios de Descanso e Iporã do Oeste, estavam direcionadas e fraudadas para uma empresa de São José do Cedro com superfaturamento de preços.

Com auxilio da Polícia Civil de Descanso e com medidas judiciais deferidas pela Comarca de Descanso, pessoas foram monitoradas, resultando na apreensão de um empresário na manhã de ontem, sexta-feira.

A investigação durou cerca de 45 dias, desde a representação inicial, até sua deflagração. Medidas judiciais de interceptações telefônicas ainda são sigilosas.

Diversas pessoas foram ouvidas e explicaram em detalhes como a fraude acontecia. Segundo informações, a fraude consistia em que apenas uma empresa poderia participar da licitação e o preço era superfaturado, muito acima do valor praticado em nossa região.

Segundo o Promotor, RENATO MAIA DE FARIA a investigação partiu de dois pontos: inicialmente o preço de compra que a empresa comprava os sêmens dos fornecedores e vendia aos municípios.

Segundo o promotor, o valor era de 8 reais por cada dose de sêmen e que foi vendido ao município de Descanso ao valor de 29 reais e 90 centavos. O Promotor observa que o lucro da venda era "estratosférico".

Ainda neste ano, segundo o Promotor, o mesmo sêmen foi vendido em outro município da região pelo valor de 17 reais, ou seja, quase a metade do preço que foi pago em Descanso.

A investigação, segundo o Promotor, deve seguir com a intenção de identificar possíveis servidores públicos envolvidos no caso que facilitaram esse processo de favorecimento.

O promotor disse que já existem provas de que houve a participação de servidores públicos nesse caso.

RENATO MAIA DE FARIA disse que as investigações vão continuar por conta de que existem informações indicando fraudes, da mesma empresa, em outros municípios da região.

A orientação agora, segundo Ministério Público, é de que os agricultores devem procurar veterinários para saberem, de fato, se essas doses são cabíveis e saudáveis para injetar em seus animais.

O empresário de São José do Cedro preso ontem está a disposição da justiça na Unidade Prisional Avançada (UPA) de São Miguel do Oeste. A identidade dele não foi divulgada pelo Ministério Público.

Foto: Divulgação Web/Ilustração

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