A observação é do pesquisador e doutorando do Programa de Ciências em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, RODRIGO KUMMER.
A partir dos estudos sobre os processos de permanência dos jovens no campo, que realiza desde 2011, o pesquisador, natural de Palma Sola, indica esses três como os principais fatores que implicam na decisão dos jovens.
Ele destaca que essa análise é complexa, mas, de forma geral, a constatação é de que o acesso à terra com condições de produção, a geração de renda a partir do trabalho rural e a possibilidade de discussão das ideias são determinantes para o processo de sucessão nas propriedades.
RODRIGO KUMMER enfatiza que além de terra com capacidade de produção, para continuarem trabalhando no campo, os jovens querem, especialmente, renda.
"O dinheiro subsidia a sobrevivência. Foi-se o tempo, dos anos 1970, em que os jovens ficavam em casa sem ter renda. As novas gerações não querem esse papel. Trabalham, e trabalham muito, desde que isso dê resultado financeiro", pontua ao acrescentar que mesmo que a renda seja pouca, todos os membros devem ter acesso.
O pesquisador comenta que outro desafio à permanência dos jovens no campo, e quem sabe o maior deles, é o diálogo.
"Falta discussão sobre ideias. Se os jovens não são ouvidos não vão permanecer e os pais precisam ouvir, quem sabe até para mostrar que, talvez, naquele momento aquela ideia não seja tão boa. Mas, que juntos podem construir novas ideias", analisa.
KUMMER salienta que o diálogo é imprescindível tanto para o caso de sucessão na propriedade quanto para a decisão de saída dos filhos.
"As famílias não podem esperar que os filhos se manifestem. Os pais precisam provocar os filhos desde cedo. O diálogo não é só pra ter sucessão, é para pensar estratégias. Assim, se o jovem decidir ir para a cidade, irá com a vida organizada e não precisará enfrentar tantas dificuldades", opina o pesquisador.
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