Número seis vezes maior de perícias realizadas pela Epagri para acionamento do Proagro ressalta importância de conhecer qual a cobertura do seguro agrícola.
A informação é do engenheiro agrônomo da Regional da Epagri em São Miguel do Oeste, ELVYS TAFARELL.
Ele destaca que na comparação com a safra 2019-2020, esta última, por conta da estiagem, gerou um número seis vezes maior de perícias relativas ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária.
Este é um dos seguros mais contratados por quem financia o plantio das lavouras. A adesão é obrigatória para quem usa a linha do Pronaf, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
No primeiro momento, as solicitações de vistorias estavam mais relacionadas às lavouras da região de Descanso em direção a Itapiranga - que iniciam o plantio antes - e, por último, na região de São José do Cedro, Guaraciaba e Anchieta, segundo o agrônomo da Epagri.
Ele enfatiza que para esta safra os agricultores também tinham investido mais. Por isso, enquanto em 2019 a produtividade média esperada para o milho era de 9.300 quilos por hectare, no ano passado era de 11.300, o que significava 20% a mais.
O valor financiado em 2020 foi 12 vezes maior. Há dois anos o valor segurado nos financiamentos periciados era de 1,8 milhão de reais, já ano passado esse valor foi superior a 22 milhões de reais.
Mas, a seca trouxe uma frustração de safra grande, conforme TAFAREL. Enquanto há dois anos os produtores que acionaram o Proagro tiveram rendimento de 46%, ou seja, perderam pouco mais que a metade da lavoura, no ano passado o rendimento médio ficou em 12%, o que mostra que a perda foi de praticamente toda a lavoura.
O agrônomo explica que embora a perda média das plantações de milho de quem acionou o Progro tenha sido 88%, há muitos agricultores que não acionaram o seguro por que as perdas foram menores. Por isso, a Epagri calcula que na região a perda média ficou em 50%.
Ele assinala que os técnicos da Epagri somente prestam o serviço de levantamento das perdas para o agente financeiro. O cálculo sobre o valor de indenização é feito pelo banco.
"É um cálculo complexo. Não é por que houve 90% de perdas que o agricultor vai receber 90% de indenização relativa ao financiamento. Existem casos em que ela vai ser maior ou menor e isso tem a ver com a linha de seguro contratada", comenta ao lembrar a importância de buscar informações sobre a cobertura do seguro agrícola antes de contratá-lo.
O Proagro, assim como outros seguros, serve como um alento para evitar a inadimplência e ELVYS TAFFAREL frisa a importância de o agricultor guardar todas as notas da compra de insumos para a lavoura em seu nome para que possa receber o seguro agrícola.
O acionamento para vistoria pode ser feito em casos de perda mínima de 30%. Se confirmado prejuízo o agricultor paga uma parte e, via Proagro, a União banca o montante relativo às perdas financiadas a fim de evitar a perda da capacidade produtiva do agricultor.
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