O preço do litro de leite nos supermercados tem assustado o consumidor, mas faz a alegria do produtor. Nas prateleiras dos mercados, o litro do leite chegou a patamares de até 2 reais e 50 centavos...
O produtor, no entanto, apesar de não receber nem metade disso, está em clima de euforia. Indústrias e produtores estão investindo para transformar Santa Catarina no quinto maior produtor de leite do país, posição que pode ser conquistada até o final do ano ou, no máximo, até 2009...
A expectativa é do engenheiro agrônomo do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Epagri, Tabajara Marcondes...
Ele estima que, no ano passado, a produção total de leite em Santa Catarina foi de 1 bilhão 620 mil litros, somando o volume recebido pelas indústrias e o restante consumido nas propriedades ou vendido informalmente...
O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Neivor Canton, considera que a produção de leite é responsável por uma virada na tendência da população rural abandonar o campo...
Para o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados de Santa Catarina (Sindileite) e diretor-presidente da Lacticínios Cedrense, Acari Menestrina, o aumento no preço do leite se deve a fatores internos e externos...
Segundo estudos da Epagri, o litro do leite pago ao produtor que em fevereiro estava em 42 centavos, passou para 44, em março, 45 em abril, 47 centavos em maio, 51 em julho e fechou o mês de julho em 56 centavos...
Entre outros fatores que provocaram a elevação, conforme Acari Menestrina, estariam a estiagem em países de grande produção e preços competitivos, como Austrália e Nova Zelândia...
Apesar do bom momento o atual patamar de preços não deve se manter. O engenheiro agrônomo do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, Tabajara Marcondes, adverte que a tendência histórica no preço do leite é de queda neste segundo semestre...
Caso persista a estiagem em algumas regiões, porém, o preço poderá se manter alto até setembro. De acordo com Menestrina, já há reflexos no consumo...
Há uma retração de 30 a 35 por cento. Tanto que as indústrias já reduziram o valor comercializado com os supermercados, de 1,90 para 1 real e 70 centavos, mas que não há como manter este patamar por muito tempo...*