A afirmação é do presidente da ACCS, Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, LOSIVÂNIO DE LORENZI.
De acordo com ele, se por um lado as notícias sobre empregabilidade gerada pelo setor são positivas, para os produtores a realidade do mercado é desesperadora em razão dos prejuízos observados.
Apesar do trabalho feito pela Associação Brasileira de Proteína Animal para melhorar as exportações, mas ainda longe de fazer a rentabilidade aumentar para os suinocultores.
No primeiro semestre deste ano o Brasil exportou 620 mil toneladas de carne suína. 74 mil toneladas a mais que ano passado e 55% das exportações brasileiras saíram de Santa Catarina.
LORENZI analisa que a classe sofre ainda reflexos da peste suína africana na China em 2019, que detém 48% da produção mundial de suínos.
De lá para cá, assim como o Brasil, vários países investiram pesado para melhorar a produtividade e atender aquele mercado e, hoje, o mundo todo observa uma crise na atividade especialmente entre os suinocultores independentes.
O presidente da ACCS cita que mesmo com baixa nos principais insumos, milho e farelo de soja, ainda não há lucro na relação entre custo de produção e valor do suíno.
"O custo de produção do quilo do suíno independente este ano ficou, em média R$ 6,50 e o valor do quilo pago ao produtor R$ 6,31. Então, a gente vê uma defasagem muito grande para o produtor", contextualiza.
LOSIVANIO DE LORENZI entende que a equalização para a lucratividade dos suinocultores passa também pelo mercado interno e alerta para a influência negativa de grandes atacadistas, que se reúnem tabelando preço de carcaça, depois o frigorífico coloca a margem dele e acabam balizando o que sobra para o produtor, que não é suficiente para a sobrevivência na atividade.
"Saímos de um ano com média do preço pago pelas indústrias e cooperativas pelo suíno terminado mais bonificação de R$ 5,60 e viemos para R$ 5,10. No suíno independente era R$ 7,33 e foi a R$ 5,70. É uma tragédia anunciada com muitas abandonando a atividade", lamentou o presidente da ACCS.
Do ponto de vista dele, desta forma, quem vai sobreviver no mercado suinícola serão os produtores ligados aos projetos de grandes cooperativas e indústrias. Os independentes, conforme LORENZI, estão fadados a desaparecer.
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